MEMBRO DA SOCIEDADE BRASIDEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA - SBOT

MEMBRO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA - SBOT
STAFF DO INSTITUTO NACIONAL DE TRAUMATOLOGIA E ORTOPEDIA - INTO
STAFF DO HOSPITAL CENTRAL DO CORPO DE BOMBEIROS DO RIO DE JANEIRO - HCAP

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

A BIOMECÂNICA DO FENOMÊNO PHELPS

Como um grande apaixonado pelo estudo da biomecânica, me chama a atenção atletas, que possuem uma superioridade absurda em relação aos seus oponentes. Será , que o treinamento intenso,os torna tão superiores aos demais?
Na maioria das vezes , a resposta é não. Claro, que sem o treinamento, uma vantagem genética , não se traduzirá em conquistas, porém todos os maiores atletas de suas modalidades tem algumas vantagens em relação aos oponentes

Michael Phelps, é um grande exemplo neste quesito. Como mostrarei a seguir neste texto, ele tem uma biomecânica e algumas outras características, que possibilitaram o surgimento do maior atleta olímpico de todos os tempos.

Genética privilegiada, determinação, treinadores e comissões técnicas competentes e apoio de seu país foram uma combinação perfeita para o surgimento deste mito.

Agora vamos citar algumas de suas principais características biomecânicas 

1 - Envergadura: é o comprimento total de ponta a ponta entre os 2 braços estendidos. Geralmente a envergadura de uma pessoa normal equivale a sua altura, podendo variar 5 cm  a mais ou a menos. Já Michael Phelps tem uma envergadura quase 8 cm maior que sua altura. 

2 - Tronco privilegiado: Apresenta um tronco longo e poderoso, desproporcional a sua altura. Comparando as medidas médias da população, Phelps tem um tronco de uma pessoa de 207 cm, enquanto seus membros inferiores são equivalentes a uma pessoa de cerca de 185 cm. Este tronco privilegiado permite sustentar-se mais fora da água que seus rivais, diminuindo assim sua resistência com a água nas provas de golfinho. 
3 - Um artigo do Detroit News o chamou certa ves de "atleta bi-articulado" 
Seus pés tamanho 14 ( cerca de 47 no Brasil ) associado a uma excelente flexibilidade, permite dobrar seu tornozelo 15 graus mais distante, que a média de seus principais oponentes, funcionando como uma verdadeira nadadeira. Essa excelente flexibilidade também é vista em seus cotovelos e joelhos.

3 - Produção de ácido lático: Essa característica não é biomecânica, mas nos estudos de artigos em relação a ele achei essa informação . 
Quando fazemos atividade física, principalmente as anaeróbicas ( tiros por exemplo) , nossos músculos produzem ácido lático como fonte de energia. Porém, quando em níveis elevados levam a fadiga e diminuem a contração muscular. Para diminuir esses níveis, é necessário o repouso. 
Porém Phelps produz menos da metade do ácido lático, que seus principais rivais. Logo, sua recuperação ocorre em poucos minutos, e assim poder competir várias provas em curto espaço de tempo mantendo sempre a alta performance. 

Como citado acima, todas suas conquistas não são resumidas a sua genética favorável. 

By graphic by Andrew Blenkinsop and Rory Hart - Gráficos usado no texto

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

TRÍADE DA MULHER ATLETA


A tríade da mulher atleta é composta por:

1 - Distúrbios alimentares: Esses comportamentos anormais variam nos extremos de gravidade desde uma restrição da ingestão alimentar eté uma anorexia nervosa ou bulimia nervosa. Os distúrbios alimentares podem aumentar a morbidade e até mortalidade a curto e longo prazos, reduzir o desempenho e provocar amenorréia.

2 - Amenorréia:  é a ausência da menstruação. Pode ser primária, que é a ausência da menstruação em mulheres com mais de 16 anos, que já apresentam caracteres sexuais secundários ou secundária que é a ausência de três ou mais ciclos menstruais consecutivos
A amenorréia associada com o exercício ou com anorexia nervosa é de origem hipotalâmica, sendo causada por uma produção reduzida de hormônios ovarianos e hipoestrogenemia. Esta baixa produção hormonal causa também a osteoporose.

3 - Osteoporose: é a diminuição da massa óssea associada com a alteração da sua microestrutura, causando um maior risco de fraturas. Em atletas com a síndrome da mulher atleta, tem sido muito comum a ocorrência das fraturas por estresse.

O melhor tratamento desta síndrome é a prevenção. Uma dieta adequada, um treinamento físico bem elaborado e acompanhamento psicológico, quando detectado qualquer alteração psíquica nessas pacientes.

Depois de instalada, seu tratamento é muito mais complicado, principalmente quando ocorrem fraturas ou transtornos alimentares importantes , sendo necessário acompanhamento psiquiátrico.

Uma publicação antiga de 1999 marcou a posição oficial do AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE em relação a tríade. Destacamos alguns destes ponto:


1. A Tríade da Atleta é uma síndrome importante que consiste de distúrbios alimentares, amenorréia e osteoporose. Os componentes da Tríade estão inter-relacionados na etiologia, na patogênese e nas conseqüências. Devido à definição recente da Tríade4, estudos de prevalência ainda não foram concluídos. Contudo, não ocorre somente em atletas de elite mas também em jovens fisicamente ativas e mulheres que participam em uma ampla série de tipos de atividade física. A Tríade pode resultar em um declínio do desempenho físico, um aumento da morbidade clínica e psicológica e também um aumento da mortalidade.

2. As pressões internas e externas às quais são submetidas jovens e mulheres para atingir ou manter um peso corporal irrealmente baixo está por trás do desenvolvimento desses distúrbios.

3. Esta Tríade é freqüentemente negada, não diagnosticada e subnotificada. Os profissionais da área de Medicina do Esporte devem estar atentos à patogenia inter-relacionada e à apresentação variada dos componentes da Tríade. Devem ser capazes de reconhecer, diagnosticar e tratar ou encaminhar mulheres com qualquer um dos componentes da Tríade.

4. As mulheres que tiverem um dos componentes da Tríade devem ser investigadas para os outros componentes34,35. A investigação da Tríade pode ser realizada no momento da avaliação pré-participação e durante a avaliação clínica das seguintes condições: alterações menstruais, padrões alterados de alimentação, alterações do peso corporal, arritmias cardíacas, incluindo bradicardia, depressão ou fraturas de estresse8,11,34-39.

5. Todos os profissionais da área de Medicina do Esporte e incluindo também técnicos e treinadores, devem aprender sobre a prevenção e o reconhecimento dos sintomas e riscos da Tríade. Todos os profissionais que trabalham com jovens e mulheres fisicamente ativas devem prescrever um treinamento que seja medicamente e psicologicamente adequado. Deve-se evitar pressionar as jovens e as mulheres a reduzir o peso. Os profissionais devem conhecer conceitos básicos sobre nutrição e devem ter como encaminhar as atletas para aconselhamento nutricional e avaliação médica e de saúde mental, quando necessário.

6. Os pais devem evitar pressionar as suas filhas a fazerem dieta e reduzirem o seu peso. Os pais devem ser esclarecidos sobre os sinais de alerta da Tríade e procurar um tratamento clínico para as suas filhas se esses sinais estiverem presentes.

7. Os profissionais da área de Medicina do Esporte, os administradores desportivos e as autoridades governamentais ligadas à área de esportes têm responsabilidade conjunta na prevenção, diagnóstico e tratamento da Tríade. As instituições governamentais devem trabalhar no sentido de oferecer oportunidades de programas educacionais para os técnicos para esclarecê-los e habilitá-los profissionalmente. Deve-se trabalhar no sentido de desenvolver programas para monitorizar os técnicos e outros profissionais envolvidos para assegurar práticas de treinamento seguras.

8. Jovens e mulheres fisicamente ativas devem ser esclarecidas sobre uma nutrição adequada, práticas seguras de treinamento e os sinais e sintomas de alerta da Tríade. Estas devem ser encaminhadas para avaliação médica ao primeiro sinal de qualquer um dos componentes da Tríade.



 

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

SÍNDROME DO " OVERTRAINING"

A síndrome do "overtraining", nada mais é que uma patologia causada pelo treinamento excessivo. Ainda faltam mais estudos científicos para entender melhor esta patologia, porém ocorre quando há um desequilíbrio entre o treinamento, descanso e alimentação do praticante de atividade física.
Pode acontecer tanto no atleta profissional quanto em amadores.
Quando há o desequilíbrio entre esses três fatores, não ocorre a reposição energética das células musculares.
Fazer o diagnóstico, não é uma tarefa fácil, sendo importante uma boa história e exame físico. Muitas vezes a queixa principal é o cansaço excessivo.
A queixa é um grande cansaço desde o início do treino, diferente do que ocorre no treinamento de alta intensidade, quando a fadiga é progressiva tendo seu pico no fim da atividade.

Causas principais:
1 - Dieta com nutrientes insuficientes para a necessidade do atleta
2 - Descanso insuficiente
3 - Altos níveis de cortisol - "hormônio relacionado ao estresse" que muitas vezes inibe a produção de alguns outros hormônios como a testosterona, e pode aumentar a degradação da célula muscular para gerar energia
4- Grande associação com a tríade da mulher atleta

Sintomas principais:
1 - Cansaço extremo mesmo em repouso
2 - Diminuição do rendimento da atividade ( perda de força, resistência e função cardiovascular)
3 - Queda da imunidade - infecções recorrentes
4 - Aumento das lesões musculares e tendinosas
5 - Aumento das fraturas por estresse
6 - Transtornos psiquiátricos como ansiedade e depressão
7 - Insônia

Por ser uma patologia com poucos estudos científicos conclusivos, o melhor tratamento é a prevenção. Depois de instalada, muitas vezes o tratamento requer a interrupção completa da atividade física

Prevenção
1 - Prescrição de uma planilha de exercícios e descansos por um bom profissional de educação física
2 - Dieta prescrita por um nutricionista ou nutrólogo, com todos os nutrientes necessários, devendo ser evitadas as dietas restritivas.